Compositor: Massimo Bubola
Eu não sei mais pregar a raiva
Eu não posso mais pedir perdão
Não me podes esmagar, não podes mais pedir-me um presente
Não me podes mais queimar e, depois, pedir-me um presente
E as mãos mais sutis cortaram o ar
Como os teus olhos de pássaro alucinado
Nos altares, onde me puseste, havia cheiro de incenso
Nas nuvens, onde apostei, havia muita gente que falava
Eu não sei ser um herói
Eu não tenho grandes escudos diante da face
Eu tenho só uma chave de fenda para desmontar um velho cavalo de batalha
Eu tenho só um canivete para limpar uma jovem pérola
Eu não sou um tépido sonho
Eu não sou sangue ofendido
Eu não sou o mar que queima sobre as rochas de areia
Eu não sou o anel encantado que tu queres sugar
Eu e as minhas ambições de grande comedor de folhas
Não sei mais pedir perdão
Não me podes cobrir de palavras e de uma fita amarela
Eu não sou Pã e a floresta
Eu não sou junco e giesta
Eu não sou a terra prometida, as mãos dos santos
Eu não sei que me restringes diante do teu profundo pranto
Eu não sou uma linha boba rompida
Eu não sou o encanto das tuas noites de fada